04 outubro, 2013

Sobre Ser Você e Tudo Aquilo que Importa

   Muitas vezes penso que devemos deixar de lado essa importância material, não só de bens, mas tudo o que se remete ao concretismo. Coisas que não podem dizer nada a respeito de nada e ninguém. Um Não-Sei-Quem inventou esse negocio de que as coisas mais bonitas do mundo são aquelas que podemos ver. Ta, em uma parte eu até concordo. Mas muitas vezes levamos isso como se fosse a única coisa que importasse.
   Por exemplo, essa obsessão pelo corpo perfeito. Essa dita de que É PRECISO SER MAGRA. Como se isso fosse mudar uma vida. Às vezes, quando exageramos na dose na hora de comer, sentimos uma culpa fulminante que aperta até o peito, logo vem aquele sentimento de arrependimento, que muitas vezes acaba sendo o que leva muita gente ignorar e odiar-se o próprio ser. Se olhar no espelho começa a ser um martírio. Todas as pessoas ao redor parecem ser cada vez mais bonitas, alegres e de bem consigo e você só vai se inferiorizando, como se "isso nunca vai acontecer comigo". E então, começa a se punir. Cara, se punir.
   Não tem coisa pior que isso, deixar de fazer o que gosta por uma coisa imbecil que tanto incomoda, o corpo. Um montão de massa, carne, osso, enfim, um conjunto de várias partes que compõe um ser. E essa coisa começa a tomar conta de você. Por completo. Eu não quero dizer que o corpo não tenha mera significância. É só que isso não diz nada, é uma "máquina" comandada por você. Que é preciso ser cuidada, mas de uma forma saudável, que faça bem, que traga um sentimento bom. O grande problema que quando nos punimos é que tudo se fecha, inclusive nós mesmo. Parece que é criada uma certa meta de que nada pode ser bom, nada vai mudar, que vamos ficar mergulhados nessa ignoração para sempre, nada que você faça ou alguém faça por você vai adiantar alguma coisa. Como que se tivéssemos que aceitar esse "algo errado em nós" e conviver com isso odiando.
   E então, não vemos todas essas coisas boas ao nosso redor, tudo desaparece. O foco nesse defeito e a culpa se tornam tão grandes que passamos a não dar valor àquilo que amamos, simplesmente esquecemos, mesmo que estejam à nossa frente. Aquilo que faria toda a diferença se déssemos ao menos uma espiadinha. São coisas tão simples, mas tão maravilhosas. Um abraço daquele bem gostoso, uma virada de noite com com a gente gosta de estar por perto, conhecer lugares novos (que na verdade acaba que a gente se autoconhece), dividir um milkshake, andar no carrinho do supermercado no estacionamento. Enfim, tudo o que gostamos de fazer. O que falta para sair dessa zona ruim é dar valor para o que realmente importa. Ao que faz sentir coisas boas. E principalmente se libertar e amar.
   É claro que todo mundo quer ser bonito por fora, mas antes disso é preciso ser assim por dentro, a tal beleza tem que estar infiltrada por dentro para transbordar para fora. Não é preciso ser a pessoa mais perfeita/mulher maravilha/goxxxtosa/ter um corpão de uma angel da Victoria's Secret. O importante é ser você. Ninguém vai saber como é isso. E isso é tão bom, é tão especial, aquela sensação de ser exclusiva, do jeito que você quer, sem ter nenhuma cópia andando por aí. Que não é igual a ninguém. Fazendo o que te faz feliz, o que te faz ser. Não tem como as pessoas não amarem quem é assim, quem trasborda coisas boas pelo o que é! Porque você simplesmente é especial, é VOCÊ.

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